O CIDADÃO ILUSTRE, dirigido por Gastón Duprat e Mariano Cohn, teve sua estreia mundial no último Festival de Veneza, onde Oscar Martínez (Relatos Selvagens e Ninho Vazio) saiu premiado como Melhor Ator. O filme foi o escolhido para representar a Argentina no Oscar 2016 e percorreu os principais Festivais do Mundo, recentemente levou o Goya de Melhor Filme Ibero Americano.
Uma comédia argentina que desafia o espectador, com previsão de estreia para o dia 11 de maio, O CIDADÃO ILUSTRE apresenta Daniel Mantovani, um escritor argentino que vive na Europa há três décadas e é consagrado mundialmente por ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura. Seus livros se caracterizam por retratar a vida em Salas, a pequena cidade da Argentina que nasceu e que não voltou a visitar desde que partiu com planos de ser escritor.
Um dia, entre as numerosas correspondências que recebidas por Daniel diariamente, ele encontra uma carta das autoridades de Salas lhe convidando para receber a condecoração máxima da cidade: a medalha de cidadão ilustre. Surpreendentemente, e sem pensar em suas importantes obrigações e compromissos, Daniel decide aceitar a proposta e regressa a cidade por alguns dias.
A viagem trará a Daniel muitas arestas: será o regresso triunfal ao povo que lhe viu nascer, uma viagem ao passado onde reencontrará velhos amigos, amores e paisagens da juventude, mas sobretudo uma viagem ao coração de sua literatura, a fonte de suas criações e inspirações. Uma vez lá, o escritor deve satisfazer as afinidades que o ligam a Salas, e as diferenças intransponíveis que rapidamente o transformam em um estranho e perturbador elemento para a vida das pessoas que lá ficaram.
O CIDAÇÃO ILUSTRE coloca em discussão várias questões presentes na Argentina e no mundo de hoje. Um deles é a rejeição e crítica externa representa pelo protagonista, um escritor no exílio há décadas na Europa, que vai contra a defesa nacionalista de seus compatriotas. A vida pacífica, exaltação do eu e do olhar folclórico a um estilo de vida aceitável em uma cidade provincial, mas para este escritor cosmopolita suposta negação de uma sociedade a qualquer ideia de progresso. Neste conflito adicional, um tipo de ferida aberta no orgulho argentino em ser um país com grandes escritores, mas sem um Prêmio Nobel de Literatura, uma questão que o filme resolve premiando o protagonista que recebe o prêmio que foi negado a Jorge Luis Borges, por exemplo.
O escritor Daniel Mantovani vai ter que jogar ao mesmo tempo, com a grande satisfação e orgulho envolvido que tem a cidade natal em ter uma figura reconhecida mundialmente, e a crescente rejeição que irá se desdobrar através de seus habitantes, inicialmente fascinados com sua visita, mas que aos poucos irão conhecê-lo. Como aconteceu com tantos artistas em relação ao seu povo, a fascinação vai se transformar em desprezo por suas ideias e posições, especialmente quando conhecerem melhor o conteúdo de seus romances, que retratam criticamente a vida da aldeia Salas tornando a máxima de que "ninguém é profeta em sua própria terra".
O CIDAÇÃO ILUSTRE / El ciudadano ilustre
Direção: Gastón Duprat e Mariano Cohn
Roteiro: Andrés Duprat
Elenco: Oscar Martínez, Dady Brieva, Andrea Frigerio
Ano: 2016
País: Argentina e Espanha
Duração: 118 min.
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