FOME de Cristiano Burlan estreia dia 4 de
agosto, semana que o Jean-Claude Bernardet, protagonista do filme,
completa 80 ano. Jean-Claude é um dos mais importantes pensadores de
cinema do Brasil, tendo sido professor de cinema da USP, roteirista de
muitos filmes importantes para filmografia nacional e se aventurado como
ator em filmes como Periscópio (Kiko Goifman 2012) e O homem das multidões (Marcelo Gomes e Cao Guimarães 2013).
O filme tem foco em elementos invisíveis da cidade, trabalhando
elementos realistas, através de uma cuidadosa fotografia em preto e
branco. Nas veredas da metrópole paulistana, um velho homem (Jean-Claude
Bernardet) abandona o passado e deambula na invisibilidade. Carrega
consigo apenas um carrinho, alguns trapos e a velhice. Depois que se viu
a morte é possível morrer de amor por alguém?
A atmosfera do filme é sombria e cinzenta, como a vida nas grandes
metrópoles. Acompanha-se a rotina de um morador de rua – um professor de
cinema aposentado e que por opção resolveu abandonar tudo – e os
encontros que vai tendo pela cidade.
Uma aluna, à partir de um trabalho sugerido por seu professor, busca
moradores para entrevistá-los sobre a vida nessas condições. Ela acaba
encontrando esse professor-mendigo e desenvolve uma relação com ele.
Outro encontro se dá com um ex-aluno, e ambos são forçados a rever suas
vidas. Nesse caos violento, surge uma oportunidade para o amor.
Misturando as linguagens documentais e ficcionais, FOME
faz uma reflexão sobre as vias, sentidos e violências que nos
atravessam na grande metrópole. Partindo desse universo localizado no
limite da sociedade – a vida nua e crua dos moradores de rua – o filme
propõe uma caminhada pelos labirintos e precipícios da própria vida.
A fome, em seu sentido mais amplo, mas também o amor, no seu sentido
mais profundo, são colocados em questão e problematizados nessa
longa-metragem de Cristiano Burlan.
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