As 5 piores séries de 2013

O ano acaba com uma lamentável máxima: 2013 teve uma das piores fall season de todos os tempos. Das dezenas de novas séries exibidas pelos principais canais americanas, é possível contar com os dedos de uma mão aquelas que realmente se destacaram por sua qualidade. Porém, existe uma série veterana que se destacou por sua falta de qualidade e é em sua homenagem que listamos as 5 piores séries de 2013.

5 – The Tomorrow People
Quando pensamos em The Tomorrow People, algo trágico nos vêm à mente. A série ofereceu um dos melhores pilotos de temporada, gerou burburinho não somente do público, mas também da crítica e esse último não é um mérito comum de materiais da CW. No entanto, se havia potencial em sua estreia, a série fez questão de jogar isso tudo no ventilador e abraçar clichês e erros clássicos da ficção científica e do suspense nos episódios seguintes. E, sim, clichê não é critério para se defender negativamente uma série, pois o adequado tratamento do mesmo pode tornar algo batido em algo interessante (exatamente o caso do piloto de TTP).

Logo The Tomorrow People se tornou uma história permeada pelo herói cheio de moralidades e do politicamente correto, que entra em choque com o realista, amargurado e obscuro líder dos super humanos; a mocinha que completa o insosso triângulo amoroso; e o vilão canalha, sem vergonha e unidimensional que se sobrepõe ao herói com uma voracidade tão grande que chega a ser vergonhoso ver Robbie Amell contracenar com Mark Pellegrino. Mas, talvez, o erro mais grave da série seja a construção do protagonista, que, de tão correto e corajoso, torna-se uma abstração narrativa, flutua cima do território do real e, consequentemente, distancia-se do público. E esse distanciamento acaba transbordando praticamente para todo o grupo de super humanos, o que quebra a própria base da série, que é luta pela sobrevivência da espécie evoluída.

Mas não é somente de erros de protagonista que vive The Tomorrow People. Afinal, protagonista ruim pode e deve se equilibrar com a presença de competentes personagens secundários, já vimos isso muitas vezes. Mas atuações como a da Madeleine Mantock (Astrid, a melhor amiga apaixonada – mais que clichê que isso é muito difícil) e da Peyton List (Cara, a mocinha projeto de badass rebelde, mas que na realidade é muito vazia) são tão ruins, engessadas e forçadas que podemos sim considerá-las uma vergonha alheia, e até nós faz sentir muito pela CW. Complica ainda mais o fato do personagem do Aaron Yoo (Russel), que ultrapassa o limite do estereótipo, seja o mais interessante.

Dessa forma, assistir TTP se revela uma tragédia que rivaliza com o Titanic. Ver uma série com bom potencial se tornar uma paródia de si própria e dos dois gêneros narrativos que se enquadra é uma tarefa triste e torturante, que, assim como Ravenswood, desponta como uma verdadeira armadilha de Satanás e, se você ainda não começou a ver essa belezura, não veja. Se você tem interesse, engula o seu interesse e prenda ele a sete mil chaves no fundo de algum baú e deixe lá apodrecendo enquanto você usa os 40 minutos semanais para fazer coisas mais úteis, como lavar as mãos, tirar pelos e/ou cabelos do ralo do chuveiro ou colocar o lixo para fora de casa.

4 – Super Fun Night
Quando começaram a surgir notícias revelando mais das séries estreantes da fall season de 2013, acabei indo contra a maré e acreditei cegamente no potencial das novas produções, apostando principalmente no potencial de Super Fun Night. Tendo Pitch Perfect como grande destaque, Rebel Wilson estava em alta com as suas comédias para o cinema e o seu interesse em que SFN desse certo (além de protagonizar, a australiana também é criadora da série) me fizeram esperar ansiosamente pela estréia da comédia da ABC. Mesmo sabendo que o piloto tinha sido rejeitado na CBS e que várias mudanças foram feitas para que Super Fun Night pudesse ir ao ar na nova emissora, a criação da comediante continuava sendo uma das mais aguardadas estréias, e sei que não era só por mim.

Mas quando a crítica americana, de costume, assistiu os pilotos estreantes e avaliou SFN como uma grande porcaria decepção, o alerta de que algo estava errado acendeu… Mais uma vez tentando consertar o que parecia perdido (a ABC realmente tentou!), o piloto da série foi deixado de lado e a estréia da comédia no começo de outubro foi feito com o segundo episódio da produção.

Deixei de lado essas adversidades e fui assistir ao episódio com o coração aberto e depilado, mas… ERA UMA BOMBA! Absolutamente tudo errado! Não tivemos uma boa apresentação dos personagens e sobre o que a série teria como foco para abordar nos seus episódios, e as piadas, que deveriam ser o grande trunfo de uma série de comédia, beiravam ao pastelão. Nos episódios seguintes, o que já era bem ruim, ficou ainda pior e eu me sentia como se tivesse assistindo uma comédia romântica assinada pela Xuxa. Liçõezinhas de moral discretamente embutidas no finalzinho de cada episódio, cenas com selo de qualidade de Zorra Total e com uma protagonista bobinha, que nem cogitava pensar que algumas pessoas são ruins e que beirava o limite de passividade já imposta por heroínas songas mongas como a Bella. Alguns personagens coadjuvantes entraram, Richard e Kendall começaram um relacionamento, Kimmie tentou novos encontros e mesmo assim o nível de ruindade da série não diminuía. Marika e Helen-Alice têm em seus nomes suas participações mais engraçadas e nem quando a série resolveu “inovar” ao mostrar um flashback no seu oitavo episódio (entre aspas porque era nada mais nada menos que o piloto rejeitado da série), TUDO era exatamente igual ao que já tinham nos apresentado, até a antagonista dele era igualzinha a Kendall. Depois disso não teve como assistir mais nada dessa série.

Super Fun Night, com certeza, foi a maior decepção que eu tive com séries estreantes em anos. Talvez, aliás, a maior de todas! Mas após perder algumas horas da minha vida assistindo a esse show de horrores, me dei conta que uma série que tem na sua sinopse “três amigas que resolvem se divertir saindo de casa nas sextas-feiras à noite”, tem cheiro de estrume de loooonge… A ingênua de esperar algo bom vindo disso aí, na verdade, fui eu!

3 – Hostages
É difícil saber por onde começar a trollar Hostages, já que eles nos deram motivos atrás de motivos, semana após semana, até que meu amor próprio falou mais alto e eu desisti da série. Sou esperançosa (alguns diriam masoquista), costumo insistir nas séries que começo, mas Hostages abusou da paciência.

Sua audiência, que vinha de mal a pior, fez vários sites declararem seu iminente cancelamento, mas a CBS garantiu a exibição da 1a temporada completa e ao fim dela deve sair de fininho dizendo que era uma minissérie e por isso chegou ao fim, em vez de assumir que seu fracasso levou ao cancelamento. Tá na moda isso agora. Mas o fato é que o produtor da bagaça, Jerry Bruckheimer, chegou a afirmar antes de a série ir ao ar, que ele contava com mais temporadas e que aquilo não era uma minissérie para ele. Reza a lenda que a CBS não tirou Hostages do ar pelo peso dos nomes de Toni Collette, Dylan McDermott e também para não criar atrito com Bruckheimer, responsável por sucessos como CSI e The Amazing Race.

A sinopse resumida é que a Dra. Sanders (e sua família) é feita refém por Duncan e sua trupe porque ela irá operar o presidente dos EUA. A médica deve matar o presidente sem deixar pistas, ou sua família será assassinada. Simples. Bom. Terreno fértil para tensão e muitas possibilidades. Mas, porém, entretanto, todavia… Para constituir ameaça, você precisa acreditar naquilo, não é mesmo? E é essa a maior e mais grave falha da série. Não dá pra levar os sequestradores a sério, se desde o primeiro episódio eles são incapazes de machucar um fio de cabelo da família Sanders ou mesmo um pelo do cachorro. O ridículo chega ao extremo do filho mala ter mais medo de seu chefe traficante, do que dos sequestradores com armas apontadas para sua família, a ponto de pedir ajuda para um deles! Como temer um sequestrador que toma suas dores e se vinga dos seus inimigos por você? Isso é brodágem em última instância! E a série de absurdos continua quando eles “chipam” a família inteira com um GPS subcutâneo, MENOS A MÉDICA. E vale ressaltar que todos da família são um clichê ambulante: mãe batalhadora, pai que tem um caso, filho traficante e filha grávida. O resultado disso tudo é que você não acredita que os sequestradores são capazes do que ameaçam e não se comove com a família porque eles parecem ter os valores mais trocados do mundo.

O roteiro insiste tanto em emocionar, que de tão forçado, falha na missão. Tentam também instigar a curiosidade da audiência sobre o passado dos personagens, os motivos que os levaram a fazer aquilo e olha, uma vez que não há envolvimento, esses mistérios provocam mais bocejo do que curiosidade. É uma história triste, um desperdício daqueles talentos e do tempo de quem assiste. Eles miraram no suspense, e acertaram na comédia de tanto que os absurdos fazem rir.

2 – Under the Dome
Stephen King recebe o título de “Mestre do Suspense” por razões que nada tem a ver com a simples produção do medo. Seus livros alcançam tanto e convencem tanto, porque transformam o imponderável em possível. Através de um fator sobrenatural, ele tira tudo que pode das primitividades humanas e é isso que faz a diferença em sua obra. Sendo assim, por mais que os fãs de Under the Dome – A série rejeitem completamente a comparação (e estão certos), distinguir as duas obras é necessário para estabelecer quais são os problemas com o programa.


Se você gostou muito da série, não vai concordar comigo e não deveria nem continuar lendo. Eu posso passar mil parágrafos tentando convencer que o problema não é só o livro não ter sido respeitado, mas vocês não vão acreditar. Ter lido o livro torna qualquer comparação injusta, mas a série é terrível se colocada em perspectiva solitária, também. Seus problemas de texto, enredo, interpretação, técnica, são independentes da obra original e fazem parte de decisões que só competem aos showrunners.



A história da redoma que isola uma cidadezinha no Maine e faz com que isso mude a rotina e os instintos dos moradores, se transformou numa história sobre a origem desse fenômeno. Para garantir alguns anos no ar, aspectos climáticos óbvios foram ignorados, limitações evidentes foram suavizadas e a série passou o tempo todo inventando um verdadeiro festival de maluquices para explicar e lidar com a redoma. Foi como começar a assistir uma Heroes 2.0, sem as qualidades que Heroes tinha. A cidade deveria estar sofrendo com o isolamento, mas a trama preferiu interligar “jovens escolhidos”, com ovos sobressalentes, temperamento para a redoma, e tudo que é o básico do entretenimento minimante inteligente, foi ficando pra trás.

Nada se salvava… O elenco era terrível e ainda me pergunto o que Dean Norris estava fazendo ali. O piloto investiu bastante nos efeitos especiais, mas depois caiu na preguiça das soluções confortáveis. O texto era tosco, criava reações exageradas para coisas simples e simplificava o que deveria ser eloquente. Em pouco tempo, a forma como a redoma afetaria a cidade ficou em quinto plano e tudo passou a ser sobre o “enigma dos escolhidos”. A história não tinha complexidade, beleza, verdade… Só um monte de falsas tensões. Mas tá aí… Um segundo ano garantido. Pra mim, nada do que esteve sob essa redoma foi relevante e acho que em termos práticos, a série nem sob qualquer redoma deveria estar. A histeria sobrenatural dali funciona sem precisar de barreira alguma.

1 – Dexter
Eu não sou fã incondicional de nada. Quando você se declara fã incondicional, você está abrindo mão do seu direito de analisar e criticar. Eu me dou o direito de adorar um episódio piloto e três episódios depois desistir completamente da série. O olhar crítico é importante e eu não abro mão dele.

Eu me lembro como se fosse ontem, as minhas férias de 2007. Eu estava no Rio de Janeiro a beira da piscina, em uma roda de amigos conversando sobre séries de TV, e eu dizia de boca cheia: “A série que mais me impressionou no ano passado foi uma novata chamada Dexter. Simplesmente genial”.

Durante alguns anos, sempre que me perguntavam qual era a minha série favorita, eu respondia sem pestanejar: Dexter. Ao final da 4ª temporada eu tinha orgulho de ser fã de Dexter, recomendava para todos os meus amigos.

Hoje em dia, é muito comum o rótulo de “hater” ou “recalcado” quando se critica alguma coisa. Pessoalmente, não é uma tarefa fácil criticar Dexter, não é com prazer ou satisfação que Dexter foi eleita a pior série de 2013, mas como fã crítico, eu não poderia estar mais triste, frustrado e zangado com a 8ª e última temporada.

Por anos acompanhamos essa jornada, esses personagens e tudo que queríamos era um final digno. O desgaste criativo era óbvio e quando foi anunciado com antecedência que a 8ª temporada seria a última eu não fiquei triste, fiquei aliviado. Os produtores e roteiristas teriam tempo para planejar o fim do serial killer mais popular da TV. Muito do material escrito por Jeff Lindsay ainda não havia sido usado e seria muito interessante ter como norte as narrativas dos livros em que a série foi baseada nessa conclusão. Porém, os roteiristas tinham suas próprias ideias e tramas originais que gostariam de explorar, eles tinham a própria bússola que gostariam de seguir e o resultado foi a pior temporada da história da série.

Por que não explorar o legado de Dexter e mostrar os ensinamentos do código para Harrison, que assim como seu pai foi batizado com o sangue da mãe e tinha combustível suficiente para alimentar seu próprio Dark Passenger? Ou então explorar as consequências de todos os atos cometidos por Dexter em uma temporada que ele seria capturado, julgado, executado e rotulado como mais notório serial killer da história. Eles poderiam também usar o gancho deixado pela Dra. Vogel e trabalhar o ângulo do psicopata perfeito.

Por anos os fãs debateram sobre a humanização de Dexter, sobre sua evolução, se ele era ou não um psicopata, se ele era ou não um anti-herói… As camadas do personagem eram incontáveis, o potencial do material disponível era fantástico, mas infelizmente a série guardou o pior para o final gerando o pior sentimento possível que um fã pode ser por uma série: a indiferença. Essa indiferença se transformou em raiva com o tempo, pois Dexter não teve um final triste ou feliz, apenas opaco. Diria que foi o exato oposto do final de Breaking Bad.

A morte anticlímax de Deb, os efeitos especiais ridículos da tempestade, supostos vilões que apareceram só para morrer, Hannah sendo obrigada a adotar Harrison na Argentina… Quando me lembro dos momentos finais de Dexter meu coração e meu estômago dão nó.

E a cena final? Quer dizer que Dexter virou um lenhador no Canadá e se curou da psicopatia? Ele foi obrigado a viver o resto de sua vida infeliz? O final não precisava ser feliz, eu não esperava por um final feliz, o final só precisava ser digno.

RIP Dexter, o pior series finale que eu já assisti na minha vida.
—-
E para você, qual foi a pior decepção de 2013? Qual série não poderia ter faltado na lista ou qual não poderia ter entrado? Solte o verbo nos comentários.


Fonte: 1

22 comentários:

  1. Avengers merecia ta na lista!

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  2. Under the Dome está sendo aclamada tanto pela crítica quanto pelo público.
    Foi sucesso de audiência nos EUA.

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  3. O seriado Bi Bang theory,ultimamentes anda muito ruim,esta ficando cada dia pior.

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  4. As outras séries do post eu não assisti, mas CONCORDO plenamente com relação ao DEXTER.. FINAL HORRIVEL.

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  5. Dexter não foi a pior serie de 2013,foi a serie com pior final de 2013,pq a serie e muito boa assisti do começo ao fim.a Showtime não queria que o diretor mata-se
    Dexter dai o diretor teve q fazer esse final chato.

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  6. Realmente o fim do Dexter foi HORRÍVEL. Deprimente.
    E quanto as outras citadas, só de ver a história parece ser um lixo de tão ruim.

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  7. Concordo esse seriado são ruins .

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  8. Apenas não concordo com o que foi escrito acerca de Dexter.

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  9. Pra considerar o final de DEXTER o pior SERIES FINALE da vida, ele não dever ter assistido LOST!

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  10. The tomorrow people e Under the dome são muito boas, nem deviam estar ai

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  11. Hostagens nos ultimos 5 episodios melhorou bastante, concordo que o começo foi forçado e que o roteiro deixou bastante a desejar. Porém nos últimos episodios até as interpretações individuais foram favorecidas

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  12. E The originals deve ser muito bom pra você, pra não estar na lista né?! Lixo.

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  13. Não concordo com a presença de Hostages nesta lista. Agents of S.H.I.E.L.D. deveria estar encabeçando-a.

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  14. discordo apenas de The Tomorrow People, eu curti muito a primeira temporada, mas concordo que o ator principal não está a altura de quase 90% do elenco, mas é uma ótima série, eu acho...falow.

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